Quem disse que eu sou peão Essa vida de peão É uma vida perigosa Eu muntei num burro preto Que chamava tira prosa O burro saiu marchando Com a marcha vagarosa Eu muntei com a boca doce Que ficô a boca margosa Esse fato aconteceu Na fazenda taperár Eu muntei no tira prosa Prá minha cisma eu tirá Meu novio cuiabano Minha espora de metá Eu amunto em burro brabo Só prá vê o bicho pulá Cheguei o burro na portêra Levei a mão na traméla O burro partiu no freio E arrebentô a barbela Espora de sete dente Parecia uma suvela O macho deu um refugado Que a vista ficô amarela O burro pulava árto Que formava serração Ficô a moça na janela Era fia do patrão Marvada da morenada Gritava viva o peão Quando eu quis fazê o bonito Eu dei com a cara no chão Vaio quatro camarada Me levantáro do chão Me déro sarmôra quente Me fizéro esfregação Agora que eu tô curado Vô pidi uma explicação Eu quero sabê quem disse Quem disse que eu sô pião