Raúl Quiroga

Romance de Terra e Pampa

Raúl Quiroga


Mesmo singelo meu canto,
Romanceio terra e pampa,
Trazendo na minha estampa
Os quatro pontos cardeais
E descobri, nos anais
Da rude filosofia,
Porque deixei a mania
De ser teatino demais...

Acontece,  prenda  linda,
Que  do  peito  libertou-se
Um  canto  bárbaro  e  doce
Falando  apenas  de  amores,
Para  ficar  a  teu  lado
E  deixar  os  corredores.

A inspiração do poeta
Vem de ti, musa menina,
Qual estrela vespertina,
Clareando a alma do crente.
Depois que o sol, no poente,
Nos traz a noite mais cedo,
Esses teus olhos sem medo
Apontam rumos pra gente...

Dessas tuas lindas tranças
Faço rédeas do destino,
Que não sou mais um teatino,
Andarengueando a querência,
Pois cumpri a penitência
Nos caminhos do lirismo,
Devotado ao catecismo
Que aprendi nesta vivência.