O guri, de olhos risonhos, E o mocito, ainda sem vícios, Acalentam mil e um sonhos Por inúmeros ofícios: Sonho de ser domador - Domar os donos da vida; Sonho de ser semeador - Semear as terras perdidas; Ser ferreiro, ser doutor - Pra dobrar o mal e o cobre; Padeiro, minerador - Pra dar pão e ouro ao pobre... O homem feito vê, tristonho, Que os sonhos não podem ser, Mas que somente nos sonhos Há razão pra se viver. Sonho de ser professor; Carpinteiro; advogado - Dar a todos, com amor, Saber, lar, jus respeitado; Sonho até de ser palhaço - Pra ver o mundo feliz; Lenhador, machado de aço - Cortar do mal a raiz. O homem feito vê, tristonho, Que os sonhos não podem ser, Mas que somente nos sonhos Há razão pra se viver.