No fundo de uma cela hoje eu me lembro Da minha corôa sempre me dizendo Conselhos que me dava e eu não tava nem Vendo hoje aqui dentro confésso o sofrimento Não queria nem saber o que aconteceria Não se preocupava cada vez mais no crime Se envolvia E cada dia que passa sinto falta da minha Família dos meus filhos da minha mina Com dez anos de cadeia pra puxar falado No julgamento só pra confirmar 157 nervoso Éra o tema com a função do lado éra o autor Da cena Porra não pensei em momento algum pônei Em jogo a minha vida eu éra só mais um Com duas passagens pórte ilegal agóra 157 Na ficha criminal Processo julgamento em tribunal uma vida De cão sem liberdade côndicional Mano eu Tô ligado Se as coisas cada vez pioram prô meu lado Sei que agóra esse é o preço que eu pago na Detenção dentro de um raio jogado Sem nenhuma visita de nenhum chegado Nem de parentes distantes que vinham de vários lados Com artigos que compravam de mim sempre Lembravam eram vários mantimentos e também cigarros Sinto falta também do meu irmão póde crê Que o moléque é sangue bom E o meu corôa eu nem sei como está faz tempo que não o vejo dá pra imaginar quem Sabe daqui uns anos pósso o encontrar E recordar os bons consêlhos do passado Consêlhos que eu não ouvia que entrava por Um lado mas pelo outro saia sabendo que Mais tarde as consequências vinham Em um lugar que o filho chóra e a mãe não vê Sem contar muito sangue ainda pra escorrer Se em cada pavilhão vejo muitos morrerem Principalmente os primários os primeiros à Sofrerem No banho de Sol o acerto de contas e vários Trutas nos cantos fumando maconha Dia a dia aqui é assim e se tiver rebelião pode Ser um fim Acostumado à ver o homem sofrendo até a Mórte agressões e conflitos pela tróia e de Chóque Carálho que porra é essa o inférno é aqui se Eu tivésse pensado não estaria assim Distante dos manos da favéla aonde nasci Cresci e ainda me espéra Sofrimento dentro de uma cela malandro se Liga senão já éra Detento à mórte só te espéra malandro se Liga senão já éra Como será que está minha família espéro Que esteja bem à cada dia Sei que estão me aguardando quando sair Daqui sei que de braços abertos devo retríbuir Que sempre estão do meu lado sendo bom Ou ruim e nas dificuldades à mais enfim Aqui dentro não paro de pensar e a cada Minuto que vai espéro o tempo passar Tanto tempo longe da quebrada das várias Noitadas e da rapazeada minha revólta aumenta ainda mais só de lembrar do passado do que ficou pra trás Coisas da infância e adolescência se vai se Envolvendo no crime agóra atrás das grades Procéssos puxados ainda só a metade perdendo a morál e toda liberdade Demorô pra compreender eu sei que demorô Tô aprendendo a viver agóra é tarde pra se Arrepender depois de feito não dá pra reverter E o sofrimento da minha corôa aumentava e A cada visita que fazia me aconselhava quando me via em sua frente somente choráva pouco tempo ela diálogava dentro de uma cela ninguém se superava Sofrimento dentro de uma cela malandro se Liga senão já éra Detento à mórte só te espéra malandro se liga senão já éra Desse módo as coisas acontecem não só Comigo mas com outros que nessa vida se Pérdem achando que é vantagem cobérto De trairágem dentro de uma prisão convivendo com a maldade Agóra me diz o que pensa qual a conclusão Que você me entenda Se tá ligado que géra violência cadeia sistema cárcerario você como um presidiário E fátos abusivos que ficarão marcados e o Arrependimento será o maior pecado tentar Sair dessa vida pra muitos é o esperado Eu sempre digo cada um escólhe o seu lado O caminho certo ou o caminho errado fique Atênto maluco e consciêntizado Sofrimento dentro de uma cela malandro se liga senão já éra Detento à mórte só te espéra malandro se liga senão já éra