Uma piada O comediante assassinado, enterrado na chuva Será que é isso que acontece com a gente? Sem tempo pros amigos, só os inimigos deixam flores Vidas violentas acabando violentamente Dinheiro vem, mas ele vai Quantos dariam tudo pra ter de volta seus pais? Quantos deixariam o mundo em troca da paz? Quantos comemoram enquanto outro anjo cai? Um sorriso atrai, mas é o olhar que trai Com o coração na mão, a vista me distrai Sem tempo pra perder, eu já nem penso mais Eu já nem corro atrás, o meu o acaso traz Minha motivação é o sol de cada manhã Vivendo hoje como se não existisse amanhã Não tenho sorte, eu tenho fé, esquece o talismã Se a vida é louca, então mantenho minha mente sã Isso é São Paulo, a cidade do pecado Onde jovens morrem cedo e os corpos são jogados Os muros parecem quadros, meus manos são enquadrados Em cada beco eu vejo um sonho ser tragado A natureza humana é selvagem Não importa o quanto se tente encobrir ou disfarçar Uma vez eu ouvi essa piada Boa piada, todo mundo ri Observando esses carros que vem e vão Eu me encontro só no meio dessa multidão Busque o que quer, eu só não quero morrer em vão Alimentando ilusões e alguma frustração Escolha as armas, nós temos muita munição Botei meu ódio e meu amor nessa composição Eu sou feliz, mas essa dor me dá inspiração Sobrevivendo aos temporais, isso é superação Meus versos são atemporais, o que você procura? Se muitas vezes do veneno é que se extrai a cura Se o sentimento é pequeno, a relação não dura Quebrei a cara, mas preencho essa rachadura São Paulo é tipo uma mulher que te deixa na Bad Atrás de orgia, eu imagino até o que se sucede Mas ela excede, vadia, eu não sou o Brad Tô indo embora e você sabe, nada me impede E a gente se despede Vagabunda!