Esta milonga que chora Nos galpões deste pago Tem o gosto do amargo De quem solito mateia. Uma lágrima goteia Umedecendo o borralho Como que seja o orvalho Que a noite triste pranteia. Milonga na madrugada No compasso faz estilo Como cantiga de grilo No silêncio do galpão. Fez nascer esta canção Que acanhada sai do peito Tentando achar um jeito De espantar a solidão. Um amor mal resolvido Nos deixa marcas na alma. Solito, perde o sentido, E a milonga chora calma.