Eu venho falar-vos com toda pureza Às vezes me me encontro tão bom, de tal veia Que ao ver ir passando qualquer lambisgóia Eu acho bonita o diabo da feia! Eu sou esquisito! Meu gênio é danado! Té mesmo meu povo de mim se arreceia! Mas algumas vezes estou de tal forma Que chamo bonita um diabo bem feia! Um dia, não lembro que dia foi este! Mas sei: Era tarde, talvez hora e meia Encontro uma tipa de cara horrorosa E eu disse: É bonita o diabo da feia! Em uma tardinha de agosto, bem calmo Eu ia flanando confronte à cadeia E encontro uma velha escorrida franzida E eu acho bonita o diabo da feia! Não creio que mude meu gênio engraçado Nem mesmo a chicote, chiando na peia Pois tenho a mania (já viram que coisa?) De crer que é bonita uma coisa que é feia! Estou vendo que um dia me caso! (E estou frito!) Com uma carcaça, guariba ou baleia E, então, adeus, Rosa! Eu acabo co’a vida Mandando pro inferno o diabo da feia!