Numa velha estante Empoeirado e sujo no cantinho do porão Sempre esquecido Companhia das aranhas e insetos desse chão Um dia atingido pela luz Reluziram os detalhes do seu corpo E alguém imaginou em deixá-lo na sala de estar Bem onde o sol batia quase toda tarde Logo começaram a notar sua beleza E o louvavam por ser tão excepcional Num piscar de olhos virou peça principal da casa Mas ninguém se importou, ou sequer notou Que o vaso está vazio Uh-uh, uh-uh, uh-uh Que o vaso está vazio Uh-uh, uh-uh, uh-uh Tantos olhares atraía Tantas pessoas querendo mais que tocar-lhe Até que alguém o derrubou E agora nada ele valia Sua beleza despedaçada em segundos Então ali ninguém restou Exceto pelo seu verdadeiro dono, que o vendo no chão Juntou cada pedaço e com cuidado o reparou, modificou E em cada gesto seu dizia: O meu propósito pra você É maior que ser só um enfeite de sala de estar Terra, sementes Água, sol Raízes, cuidado Folhas, flores, vida Preenchido encontrou seu lugar Não é mais só um enfeite, é feito pra partilhar Da beleza que não vem de si Mas que floresce do seu interior Dentro dele cresce o amor Oh-oh-oh, uoh-oh-oh, uoh-oh-oh Dentro dele cresce o amor Oh-oh-oh, uoh-oh-oh, uoh-oh-oh