Valença acorda mais um dia Desperta quem como não quer nada O céu lá fora é azul O meu cá de dentro é madrugada Os homens param nos seus trabalhos Esperando a hora de se enforcarem Depois da bomba atômica Vem um cogumelo para nos alimentar Corram depressa, voem mais alto Alto dos prédios d'além Comam em silêncio, sintam medo Enquanto o sol vem afogar as roupas presas no varal Valença dorme todo dia