O caçador vigia do alto Serão cinco da manhã As horas vagas perduram Pois nada há que as preencha De mãos dadas com o diabo veio o ócio E assombrou a minha alma A noite cai pálida E o frio atrás dela Do poeta, sua cela, sua musa Do refém, sua janela De mãos dadas com o diabo veio o ócio E assombrou a minha alma De mãos dadas com o diabo veio o ócio E assombrou a minha alma O caçador vigia do alto Sonha meu sonho, a minha valsa E paira, desejoso Sua fome, minha carcaça Demora-se o réu pelo átrio Não fosse essa a rotina Ao culposo serviu-lhe o pranto E ao carrasco a guilhotina De mãos dadas com o diabo veio o ócio E assombrou a minha alma Bebeu da minha sede e meus ossos Deles fez a sua calda De mãos dadas com o diabo veio o ócio E assombrou a minha alma