Quem fez o pano tão fino Que de tão leve voou? Foi na garupa do tempo E derrapou na manhã. Vestindo nosso momento De felicidade pagã Cor de maçã, um delírio febril Margaridas em pleno abril Tudo tão bom de querer No meio de tudo, você Esse prosaico tecido Foi costurado no céu E sobre pequenos furos Surgem estrelas no véu. Celestial piquenique Talvez justifique saber Quem estampou a figura do amor Neste pano azul de cetim? Algo em mim quis dizer Que tinha a ver com você.