Reviro um verbo Torno doce a indecisão Cantar, silenciar Calar numa oração? Transfigurar o disfarce Que não veste a voz que vibra na canção Enquanto canto Desafino pra lembrar Da fome dos que têm Das rezas de aflição Dos desamores amáveis Que estão vivos dentro e não se apagarão Sempre é motivo fazer soar Canto, palavra, oração Tantos porquês, tantas vozes e nomes virão Entoar Nossas mãos Sobe a garganta Despe a voz, oscila noutro tom Mas é preciso fazer vibrar Cordas abertas no ar Aos desamores, às rezas, que gritam por Entoar Nas canções Sempre é motivo fazer soar Canto, palavra, oração Qualquer sentido fazer voar (Qualquer sentido pra ecoar) Nossas mãos Reviro os restos Do que é doce na aflição E o que me faz cantar? E o que restou senão A fome dos que têm? As preces de amanhã?