De tanto dar tempo ao tempo E hesitar em silêncio Oscilar, vagar à toa e vagar devagar Me desdobrei vário em gestos E saltos sem alvos precisos Sonos perdidos Quem busca um pouco de alento No som do instrumento E vê jorrar da alma um pedaço de si Nunca prevê que se possa fazer Do tormento uma luz Bela força motriz Ao passo de um certo instante Avançar vacilante, adiar Rendeu-me ideias confusas, ruins São tortuosos caminhos E pulos sem pouso Medidos por improviso Quem busca um tanto de alívio Um remédio ao vazio E faz seu mundo inteiro extinguir-se, ruir Não pode crer que se possa erguer Desse impulso, a ilusão Bela força motriz Sobe a cortina e a abre um clarão Na inconstância do coração