Usualmente, eu peço licença, me calo, peço perdão. Não poupo gentilezas, mas hoje eu quero morrer. Freqüentemente explico dez vezes, sirvo um biscoito, um sofá - construo confiança, mas hoje eu quero morrer. Dispenso honras e posso abraçar mendigos pro mundo sorrir. Posso espantar o medo... Espero atrasos, canos, calotes, compreendendo um por um; sento e respiro fundo, mas hoje eu quero morrer. Esqueço os beijos, esqueço os laços, deixo o contrato quebrar, me porto como adulto, mas hoje eu quero morrer. Hoje não tem teatro, hoje não tem passeio que me leve lá. Só tem alguém parado.