A culpa é da justiça Do prato que esfria Da economia, da rebeldia Desses novos dias A culpa é do frio fora do inverno É desse calor que beira o inferno A culpa é da ambição Da condição, da ostentação Da situação A culpa é do outro lado Do esporte faturado Do deputado ultrapassado Do povo indignado A culpa é do pastor palhaço Do descaso Da falta de espaço A culpa tá longe Ta em quem finge não ver Ta em quem passa reto E em quem fica pra entender A culpa é mais sua do que minha É muito pra comprometer A culpa é mais minha do que sua Porque, também não tô na rua pra saber É culpa demais pra aliviar esse descaso Esse fracasso, porque o monstro bebeu da nossa fonte Pra crescer E ele é um pouco você, ele é um pouco você É um pouco seu descaso Sua cegueira Sua indiferença É sua preguiça Sua malicia Seu preconceito É meu Esperando a quem culpar (é meu) Esperando que seja por vontade de Deus A culpa é da justiça que esfria Da rebeldia, dos novos dias A culpa é do descaso, é do fracasso De Deus