Pelo vidro embaçado vejo muros e grades Da janela o mundo inteiro, aqui dentro saudades As faixas passam rápido, meu mundo está parado Os carros voam baixo pelo asfalto molhado Ouço um bolero chato enquanto o limpador desliza O movimento me distrai, o vai e vem do para-brisas Cidades ficam para trás, enquanto sigo em frente Vou fugindo de mim mesmo, fingindo ser indiferente E não há ninguém me olhando ir embora Somente uma estrada para seguir Enquanto acelero sem saber meu destino Não há ninguém me vendo partir