'Inda ontem eu lembrei Cada riso que eu dava No suor que corre lágrima Até chorei Fui à beira de mim mesmo Entender o meu avesso Se tem passo, tem tropeço Cada coisa tem seu preço E eu também já tive o meu Se teu tempo é dinheiro O que eu quero é verdadeiro Não é parte, é inteiro Não há quem possa me dar E se houvesse, não daria 'Inda guardo a poesia Que levanta de pijama Vai pro bloco e sai da cama Sem vergonha de dançar Mestre sala e bateria Eu bebi da alegria Enganei a fantasia Quarta-feira eu fui parar De ressaca em outro bar Quanto mais a vida passa Mais entendo o bandeira Que usou sua estrela E passou a vida inteira A pensar no que não foi E se houvesse um outro dia Quero beber! Cantar asneiras No esto brutal das bebedeiras Que tudo emborca e faz em caco Evoé Baco! Lá se me parte a alma levada No torvelim da mascarada A gargalhar em doudo assomo Evoé Momo! Lacem-na toda, multicores As serpentinas dos amores Cobras de lívidos venenos Evoé Vênus! Se perguntarem: Que mais queres Além de versos e mulheres? Vinhos! O vinho que é meu fraco! Evoé Baco! O alfanje rútilo da Lua Por degolar a nuca nua Que me alucina e que eu não domo! Evoé Momo!