Tem dias que a gente esquece de nascer E quando nasce a gente implora pra morrer Se esconde atrás de livros E poesias pra fingir que tá tudo bem Deita no asfalto pra observar estrelas Olhar pra lua se lembrando de alguém Esquece as mágoas E se cobre em um manto negro de saudade E é assim Que a gente vai ficando Cada vez mais frio por dentro Não quero ser apenas um brinquedo Nos braços de quem não sabe brincar Quero brindar a vida Em um peito que tenha espaço pra me acomodar Não quero ser apenas um brinquedo Nos braços de quem não sabe brincar Quero brindar a vida Em um peito que tenha espaço Espaço pra me acomodar É que esse enredo tende a ser modificado O cheiro cinza em contraste com o sangue parado A avenida vira palco De sonhos mortos e mumificados A gente esquece que só temos uma vida E que a vida por si só já é descaso Ascende o teu esquecimento Pra aliviar seus lamentos e os acasos Há quem diz que dá pra ser feliz No meio desse inferno Não quero ser apenas um brinquedo Nos braços de quem não sabe brincar Quero brindar a vida Em um peito que tenha espaço pra me acomodar Não quero ser apenas um brinquedo Nos braços de quem não sabe brincar Quero brindar a vida Em um peito que tenha espaço Espaço, espaço pra me acomodar