Seixo é pedra de atiradeira Menino valente não leva carreira No corpo um porte No braço forte Um destemido Moleque atrevido Rei nos terreiros De pés descalços Transpõe espaços Foge do cerco Corre pro beco Rei dos poleiros Seixo é pedra de atiradeira Menino valente não leva carreira Na cor da pele No jeito reles Roupa em frangalhos Toda em retalhos Rei da pobreza Carrega água No peito a magoa Se desnorteia A mente vagueia Rei da incerteza Seixo é pedra de atiradeira Menino valente não leva carreira Mas ei que um dia A covardia se apresentar Correr não tenta Rei sem destino E na emboscada Da noite calada Lhe varam o peito Um rei estreito Rei menino Seixo é pedra de atiradeira Menino valente não leva carreira