Vou me acabar, não deixo, não Vou me acabar Mas a cachaça eu não deixo de tomar Vou me acabar Eu não quero que ninguém me de conselho Que eu acho muito feio falar da vida alheia E lá em casa quando eu tô embriagado Com o juízo virado, todo mundo entra na peia Um dia desses tomei um porre danado Briguei com o delegado, chamei ele de mulher No outro dia, vou contar o resultado Fui preso por seis soldados, levei muito pontapé Vou me acabar, não deixo, não Vou me acabar Mas a cachaça eu não deixo de tomar Vou me acabar Nesse lugar, muito cidadão decente Vive bebo de agua ardente, que a cana corre em riacho E bebe homem, bebe mulher e menino Aqui só não bebe o sino, que tem a boca pra baixo Quando eu morrer quero um enterro decente Dez carrada de agua ardente, quero todo beberrão Quero que vá e convide muita gente Um barril suficiente pra lavar o meu caixão