Para cima, como alados deuses, feito anjos Como é a sina do voador Para baixo, para longe do céu, cai o planador Quando ninguém mais sente a seta e sua dor Quando tudo está tão distante na imensidão Faz correr o sangue na têmpora Faz querer alçar voo E a sombra do passado derreter no chão Para cima vamos todos, condenados Prontos, a abrir a porta dessa prisão Para baixo vão os mesmos heróis, sobe o seu vilão Abre-se o inferno no céu justo da razão Mancha na brancura, o medo da escuridão O que será de quem fez do espelho seu mar sem fim? Quantas asas serão quebradas no espaço do amor e em mim? Se é pra ouvir as batidas do coração Que seja no amanhecer! É um ziguezague, sim! O destino é princípio e fim O desenho vem da tua mão Para cima ou para baixo vão Vão as asas do viver