Quando afirmo o pé no estribo, tô no céu Sem escarcéu, saboreio um trote largo A mão do vento quebra a aba do chapéu E a vista alcança toda a vastidão do pago Isto me basta pra ser feliz na campanha Deus me acompanha nas lonjuras do rincão Lida de gado, um galpãozito e uma de canha Canto pra ela abraçado ao violão Fiz do meu canto meu ofício, meu munício E até um vício pois não vivo sem cantar Com as seis cordas, um bom cusco e um pingo bueno Só falta mesmo aqui aquela que eu quero amar Só falta mesmo aqui aquela que eu quero amar Pra um paysano mais livre que o minuano Não tem engano, passo onde quero passar Cedo aprendi com todo ser respeitoso Mas cabuloso gosto de desenganar Se a solidão chega cortando de espora Vou campo fora que ela já se termina Parar rodeio e recorrer às divisas Vai nos pessuelo óleo queimado e criolina As vez por farra me vou sem rumo à loléu E o tropel ecoa na vizinhança Bem a cavalo, lhes garanto: Tô no céu Sorriso largo e um coração de criança Fiz do meu canto meu ofício, meu munício E até um vício, pois não vivo sem cantar Com as seis cordas, um bom cusco e um pingo bueno Só falta mesmo aqui aquela que eu quero amar Só falta mesmo aqui aquela que eu quero amar