Profundo como os recifes amazônicos No fundo sinto, sou um fruto filho de profetas irônicos Poetas não entendem que somos profanos? Escondemos lágrimas, criamos oceanos Forjamos hecatombes, criamos sonhos e jogamos a o vento Lembra tipo uma Kombe dos anos 80 ou esse beat sem sample Na pluma do rio Xamã tomou o chá e rezou pra santo Equilibrar sempre foi o plano Será que somos o que plantamos? É natural, redução de danos Transversal o ângulo Tudo tão lindo foi, sentindo o apocalipse nos ombros Tudo fluindo fui Como se nada fosse bebi do cálice O dia amanhece e o Sol escorre na copa das árvores Sentir falta sempre tem seus ápices Tipo da minha terra e Ponga Espanha do Makalister Vou virar meu coração do avesso Conversar com meus primeiros versos Finalizar pra voltar ao começo, cumprir as promessas Pés no mato seco, nessa terra o suor não seca O som não dá dinheiro? Vai me ver tirar leite da pedra Verão severo, mata a dentro é primavera Te mostrar o motivo que o escapulário quebra é o que eu menos quero Lágrimas madrepérolas, o Sol que as ilumina é uma calendula Eu deveria amar demais mas só pensei nas cédulas, só Profundidade me cativa, eu mergulhei mas águas do incerto Não me contive com o supérfluo e suas peripécias Armadilhas camufladas em oportunidades Se eu não arriscar quem vai ter coragem? O chão inclina a cada passo em falso Se o abismo te assombra, vamos lá em baixo Não tem caminha fácil, só espere farpas Dê tempo ao tempo, nada é em vão, sem pular etapas O chão inclina a cada passo em falso Eu me sinto tão refém do acaso Meu bem você é um anjo, te cortaram as asas E te ensinaram o medo e a temer Não é a toa que viver te fez crescer Olhe nos meus olhos e veja se estou mentindo Vidas nesse plano procurando algum sentido Certo ou errado, enigmas são resolvidos Pai, se rimas são drogas, eu trafico, sou bandido Vivo entre vícios cíclicos, um novo início é difícil Mas é preciso pra isso continuar Por nada pus tudo em risco Me atirei no abismo escuro, vazio e frio E a saga perpetua