Veio da costa com sorrir de quem chegava cedo Trazia histórias de baleias de marés e medo E aquela gente que nunca tinha visto o mar contado Ouvia tudo como segredo que é revelado E a filha do carpinteiro que era como uma sereia Tão boa como água mansa fêmea como a lua cheia De crescer água na boca de sonhar a noite inteira Punha-me a pensar sozinho que ainda a deitava na eira [Refrão] Ai caramba! Aquilo é que havia de ser caramba Palavra de honra Só me arrependia do que não fizesse Ai se eu pudesse catraia Levava-te a navegar O teu lenço, a tua saia Deitava os dois ao mar E era o que Deus quisesse, Ai catraia se eu pudesse... E era o que Deus quisesse, Ai catraia se eu pudesse... Raio de moça que já me põe a falar sozinho Ainda hei-de um dia aparecer-lhe à curva do caminho Quando a nascente se levantar lá das terras da sorte Hei-de dizer-lhe que é mais bravia que o vento norte E um dia de manhãzinha o pescador perdeu o medo E foi bater-lhe à porta e disse eu quero contar-te um segredo E ela pior que as marés deu-lhe a resposta despachada Mais mas é de volta ao mar que tu daqui não levas nada [Refrão] Ai se eu pudesse... Ai caramba Aquilo é que havia de ser caramba Palavra de honra Só me arrependia do que não fizesse [Refrão] Ai caramba! Aquilo é que havia de ser caramba Palavra de honra Só me arrependia do que não fizesse Ai se eu pudesse catraia Levava-te a navegar O teu lenço, a tua saia Deitava os dois ao mar E era o que Deus quisesse, E era o que Deus quisesse, Ai catraia se eu pudesse...