De migração em imigração Fugi da igreja e perdi a unção Como se eu fosse um homem bom Dei a palavra e ganhei perdão Foda-se, as tec-ni-cas Minha CPU está limpa Eu vou trampar, subir na vida Mas não me mato igual formiga Contusões e traumatismos Traumas que sentimos Membros sem corpos e corpos sem espirito Isso não é show do Chespirito Chegamos aonde não ouvem seus gritos Cuidado onde pisa e o que é visto Nem tudo que se mexe está vivo Calafrios na espinha Quando a luz bate direta Farda cinza, meia noite É bota na certa Saí tarde do trampo Sem buso para voltar para casa O jeito é ser enquadrado E levar porrada por nada Já superei esse estágio Vou focar no trabalho 700 de salario 600 com tudo descontado Agua, luz, comida, aluguel E está tudo acabado (acabou) Matemática de preso? Não! Matemática de funcionário Pobre sem direito Eu sou um pobre registrado Agora a meta é gravar meus rap Até ficar enjoado Até a morte Eu vou na fé Pela sorte E com meus parça Meus manos A baixaria está chegando E está só começando Que sua alma tenha nojo do próprio corpo Que o vomito do seu almoço seja o seu adorno Me sinto um cirurgião quando abro sua cabeça E jogo rimas e ideia bestas que não estão mais na mesa Não sou influenciador só acho que você tem que se matar A vida inteira está trampando e nunca saiu do mesmo lugar A mesma mina, a mesma vida, a mesma história, a mesma sina Mesma cor, mesma ferida, é a mesma bosta todo dia Manda si fudê quem não acredita em você Manda si fudê quem não acredita em você Manda si fudê quem não acredita em você E se não acredita em mim, então, vai si fuder! Uma oferta irrecusável é o que hoje lhe proponho A meta ainda é a mesma, a liberdade ainda é sonho Pelas mentes açoitadas, minhas reivindicações Minhas letras suplicantes em formas de orações Sindicato musical, formando um comité E se o cachê não vim, eu abro um dossiê Labirinto burocrático, nadou e morreu no copo Para as grades da sua mente, minha letra é um Habeas Corpus Racismo instituído, está tudo legalizado É mais caro para a favela o custo do baseado Se Playboy é apreendido, fica reabilitado Mas se pega um favelado é atentado contra o estado Eu mato falsos rappers, eu mijo nas suas letras Eu ando em evidência preparado para as tretas Te mato em 4 versos, maluco eu sou sinistro E o pior de tudo isso, é que eu sou verídico Esquartejo opressores, faladores, ditadores Produtores tiranos que não passam de amadores Manda si fudê quem não acredita em você Manda si fudê quem não acredita em você Manda si fudê quem não acredita em você E se não acredita em mim, então, vai si fuder!