Nesse barco sem destino Quem souber onde chegar Carregado de saudade Nesse vai e vem de séculos Onde os olhos já nem sentem Que o acaso se destrai Nesse verso sem certeza Nem um rio de vivência Nem punhal, nem céu, nem sonho Nem o fogo do infinito Pois é tudo pensamento E poeira é só varrer Nesse quase desatino Sem querer ando calado Ouço a música da vento Entre safras de silêncio Martelando em meu ouvido Que a vida enfim se vai Vai, vai, vai... Nesse barco sem destino Sem destino Vai, vai, vai...