Em busca da sorte saí caminhando No mundo vagando parei por aqui Eu sinto saudade da minha terra Do pé de serra onde nasci Perfume das flores da mata sombria Lá se ouvia a juriti e um sabiá na laranjeira A companheira junto de si Deixei meus parentes na terra querida Da prometida me despedi Vivo sofrendo amargurado Triste calado a meditar Esse martírio todo o momento No pensamento vem torturar Água rolando na cachoeira A noite inteira a murmurar Ouço acordado o som brejeiro Lá do mosteiro a badalar O galo canta, são quatro horas Vejo agora o dia clarear Saudade que vem, saudade que vai Não suporto mais, não vivo direito Às vezes em vão procuro alegria O trauma judia deste meu peito Sempre pensando tudo mentira A alma delira sonho desfeito Estrada que era tão espaçosa Cheia de rosa é um caminho estreito Meu coração não vai aguentar Preciso voltar não tem outro jeito Que viagem longa, não tive futuro Por Deus eu juro, toda perdida Amanhã cedinho viajo contente Ver os parentes e a prometida Passando a ponte da cachoeira Lá na porteira dou três batidas Se ela ouvir virá me encontrar Quero abraçar minha querida Por Deus eu juro, de lá não sairei Lá ficarei o resto da vida