Pé vermelho na porta Guaçu, mogi Toco tambo Sancofa senti Os caipira incomoda É vergel, eae? Vista minha pele Veja o que eu vi Desde um, nove, nove, sete Até agora tamo aqui Interior terror Terror interior ai Sem cota pra rua Sobrevivi Governo com golpe Descorde, lute! Acordo, penso na noite De noite, penso no dia No dia, penso nas hora Oito horas de mais valia Nas hora que resta agora Tento consegui alegria Escuto “da ponte pra cá!” Do laranjeira ao vila dias A lua cheia que clareia as ruas do capão Nas viela que não clareia A milícia mata os irmão Já acabou o racionais Então dei play num facção Morrem mais pretos nesta era, que na era da escravidão! Num trampo conjunto Nois cola é ubuntu É interno e é bruto E ainda é produto Social e mudo Com a cor dos vulto Boy branco de lupo Nois preto de luto Com as mão pro alto, no barro ou no asfalto Os cana me encana, vergel ou planalto Eu falo e não falto, eu friso e não salto De luto eu luto e não tenho respaldo Porque não sou falador, mas já passei tanto mal? É foda vê que o mundo muda, pra que o mundo fique igual Os livros mentem, não se iluda, é bom lê-los, mas na moral A nossa luta é mutua truta, e o racismo é estrutural! Til! Gc, romu, deic e rota É treinado pra tá na bota De quem sofre a mó cota E isso só passa se nois desbota Com fome de amor Que fomenta dor Que é fonte de ardor Em front ao caos Gambé não é senhor Patrão não é doutor Pra mim é tudo verme Dedetiza e tchau! Na rima pesada moleque regaça Chegamos na praça rimando veloz Batendo com orgulho no peito! Olha o respeito! Interior tem voz! Convoco um por um Pra lutar pelos nossos Com foco alguns Mas eu faço o que posso Eu danço olodum Também rezo o pai nosso Em meio aos destroços Eu chego e destroço Só quem sabe, sabe Que chega e saca É pra mente forte Não pra mente fraca Pm destrata, pn retrata Pn salvando os que os pm mata Cês planta os pranto Nós planta as planta Se vir com racismo Já nem adianta Eu to contra o fascismo E seu bando de anta Tão tudo marcado Na minha lista branca Posso ser tímido Mas não sou do time dos que não faz nada Posso ser tímido Mas não sou do time dos que acha normal Posso ser tímido Mas não sou do time dos que acha graça Enquanto o sistema arregaça, ameaça e amassa Toda nossa raça e massa populacional Claro que eu quero um dia uma melhoria pra mim e pros meus Por isso trabalho, madrugo, componho, estudo e faço minha prece pedindo pra Deus Mas conheço teus métodos, só porque não sou filho dos neto dos europeus Não posso nem mesmo sonhar em um dia ter 0,5% dos euros teus E já to cansado, quanto mais nado mais eu afundo E tenho que provar pra esse povo atrasado que eu não sou criado e muito menos mudo Que eu falo e penso Que eu penso e falo Não calo, convenço Suspenso não paro Comparo compenso Com senso reparo Com faro repenso Dispenso e disparo Então larga desse preconceito podre, antiquado e besta. E atualiza Que é que tem se minha cabeleira é crespa e a tua lisa? Isso não te dá o direito de ter ódio do meu povo preto. Então suaviza Minha ideologia sempre visa igualdade, progresso e respeito. E o que a sua visa? Abominação, dar absolvição Pra que dar anistia par político ladrão? Pensaram que eu não tava vendo nada? Dane-se suas palhaçada Não esquece que além de voz, nós tem olhos ouvidos e língua afiada! Matraca Ceis duvidaram de nois olha o que a gente fez O interior tem nois O interior tem reis Somos o interior Sem medo, toca o terror A voz que vem de dentro E puxa o "r", sim senhor E a gente não suporta ver porta aberta (Se liga dom) Pra quem se acha dono da cena e esquece que rap é união (será?) Sem essa de melhor flow, mano, entrega a mensagem A gente perde um direito por dia E mc com medo de falar a verdade Treta de ego bagunça a cena Mas somos a cura que arruma Chega de rap, que só fala de rap Do que é fazer rap e não fala de porra nenhuma É muito mais que os cordão e os cap Vai além dos carrão e dos dabs Como já disse krs-one Tem hip hop pra homem e pra lek A vida cobra as decisões E a gente cresce mês à mês Diagnosticamos as doenças do mundo E curamos 3 minutos por vez De 4 em 4 tempos A batalha continua Somos a geração que saiu da internet E resolve os problemas na rua O lado mal não descansa um dia Sem dó, sem massagem Serve nosso futuro banquete E nego preocupado demais com viagem Mas entramo na pista E hoje é hasta la vista O interior tem voz E eu não reconheço governo golpista Minhas rimas vem de onde nós vem money não tem mais tem disposição De quebrada, quebrado de quebra, cabeça sempre em evolução Do ypê ao brasília são quantas matilhas na trilha da vida sofrida Dos que corre aos que caminha aos que liga que o corre do crime não vira A mesa virei Vários manos liguei Andei de sul a norte Pra sentir que a vida pode ser bem mais que uma fila pra morte Cria da lama, negro sem drama, na paz de dalai lama Um salve pros mano, um salve pras mana Que ta pelo certo e não pela trama Óh santa tereza que não tem santo Que o vento te leve esse canto com acalanto e seque o pranto de quem seca o pote flertando com o banzo Traga mais flores de seu jardim cristina, cores estão se apagando Graças a jah me vi longe das bica que são igaçaba pros manos Hasta la vista, o rastro branco também leva pro bela vista Família é conquista Não as paty coçando o nariz na pista Interior minha quebrada Miscigena classe pra você Quem tem nutella esbanja ao lado De quem não tem o que comer É literalmente o que falo não fui no Embalo de embalar pacote pra ter tênis caro As madruga que varo vi pai de família Aflito vindo do trabalho Ligeiro nem paro, aguço meu faro A maldade a espreita vem de qualquer lado Por aqui se o sobrenome não é italiano Cê apanha calado! Esperança forte demais pra morrer na londrina Se me perdi, me encontrei, me encantei, encostei e cantei na batalha da vila União do gueto, difícil derrubar com um golpe só Interior tem voz, tem nóis, tem tudo menos dó