Por trás da tela sempre é primavera Alheia a realidade a vaidade governa Mercadores de ilusões, humanos perfeitos Felicidade fabricada na ponta dos dedos Condição para a existência na tela Existência da necessidade cega Ar de pompa, áureo esplendor A façanha do herói, a jornada de um vencedor O frenesi das selfies, o protagonista do mundo A veste do bom vivante com uma vista de fundo Audiência é tudo, é tudo que se quer O deslumbre pela aparência de tudo o que não é E o tempo não se deixa ver Tal universo passa a ser a cela Preso num espelho que nunca se quebra