Já passa das dez horas da noite Fecham-se as portas da cidade Flanelinhas contam gorjetas O palhaço tira a maquiagem O gaiteiro toca um blues chorado Psicodélicos pousam em solo lunar Bêbados e mendigos dormem Debaixo do teto do bar O silêncio se apoderando das ruas Dos demais becos e avenidas Um cão que revira latas de lixo Quem me faz companhia Atravesso a cidade inteira A procura do meu novo endereço Não vejo nada além de um espelho No qual vejo a mim mesmo