Perambulando pelas ruas Entre chutes e pontapés Um cão de rua não é de ninguém Ninguém é dono do que não existe Surrado pele e osso, quase morto Só o gosto do abandono Feito um cão sem dono Sou eu assim, longe de ti Sou eu assim, perto do fim! Entre o perigo dos carros Meus olhos cheios de pus Vou vivendo à sombra da luz Das migalhas caídas do pão Dormindo pelas calcada Numa caixa de papelão Quem pegaria, então Um pobre cão? Um pobre cão? Passo os dias De portão em portão Á procura de uma saída Um rasgo de vida