Raiva é amor mal canalizado, É uma prenda enfim, Que ofereço só a mim E aceito com agrado. Raiva é saudade de tudo o que nunca foi teu; É um tesouro achado, Que estimo e que guardo, Como se fosse meu. E não tens de a esconder, Quando ela vem, Porque a raiva só é má, Quando a alma é má também. Porque a raiva só é má, Quando a alma é má também. E a raiva não dá murros, Não dá turras nem pontapés, Quem a tem sempre a experimenta, Dos 8 aos 80 e de lés a lés. Porque a raiva não é feia, Não é crime nem é pecado, É uma fogueira ao frio, Uma santa com feitio um bocadinho ao lado. E não tens de a temer, Quando nada corre bem, Porque a raiva só é má, Quando a alma é má também. Porque a raiva só é má, Quando a alma é má também. Deixa toda a tua raiva em mim! Deixa toda a tua raiva em mim! Deixa toda a tua raiva em mim! Deixa toda a tua raiva em mim! E se caso com a alma, Não distingo o mal do bem, Guarda longe essa raiva Antes que mates alguém. Guarda longe essa raiva Antes que mates alguém.