Sim, eu sou do morro, converso com idosos Que dizem como antigamente a ilha era pacata Cem gritos de socorro, sedução pelo ódio A droga que se espalha por pobres e magnatas Eu rimo sobre os mandamentos perdidos de Moisés Pode passar, te dou o meu lugar na arca de Noé Porque os que estão mais próximos, são os que nos machucam Por que será que os fracos não lutam? Por que ser fraco, ser fraco é não ter grana ou ser um magrelo É ter medo de ver o sol não nascer amarelo Talvez a força eu encontre no próximo por Pensei depois de comer o pão que o diabo pisou O segurança do shopping ou do angeloni Me olha estranho com se eu fosse um lobisomem Com a camisa da conduta meio desbotada Nós somos o que vestimos? Só se for de balaclava Eles dizem que nós somos favelados (esquece, esquece) Nós somos mais do que isso (esquece, esquece) Tudo posso naquele que me fortalece Eles dizem que nós somos favelados (esquece, esquece) Nós somos mais do que isso (esquece, esquece) Minha fé, ainda, é o que prevalece Eu tenho medo, vendo os bons morrendo cedo Entregue os seus anéis pra não perder os dedos Mãos aparente, não importa o que fazem de um homem E sim o que ele vai fazer do que fizeram dele Rodas de liga-leve também me interessei Em terra de cego quem tem um olho é rei Ninguém vai compreender, o coração de um ladrão Deixa o Campari pra beber as palavras de um cristão Salvo por alguns minutos, na devoção A tentação vem de ter estilo Black Motion Só queria parar de, fugir da Blazer EM direção a praia da armação de Fazer Com um osso de Skank na língua, vise espelhada Num LS2 numa tarde dourada Moleque-bomba não dá tiro de festil, se liga Sua mãe disse pra não andar, com más companhias O preconceito pode prender, pode matar O preconceito é o jeito que o rico tem de julgar Só por morar no morro meu fim é no gatilho? Acho que até a morte se surpreendeu comigo Sou samurai, minha armadura Um tênis da Adidas preto e um óculos de lente escura Calça da Ciclone preta, e um moletom de capuz Da XXL preto, virei suspeito Pra elite não presto e virei arrombador de cofre Pra fechar um boné preto de aba reta da New York A Glock, será que era mesmo comprar Usar depois enterrar, guardar até enferrujar Sem contar, tem que catar, a caixa de bala Uma mão vazia só serve pra dar coronhada Que nada irmão, sai fora, não precisa disso Favelado de espírito bom é bem mais que isso O gueto é minha área, o gueto é minha área O que nós somos então? O que nós somos então? O gueto é minha área, o gueto é minha área O que nós somos então? O que nós somos então? (Pessoas simples fazendo coisas extraordinárias O gueto é minha área, o gueto é minha área O que nós somos então? O que nós somos então? Pessoas simples fazendo, coisas extraordinárias Eles dizem que nós somos favelados (esquece, esquece) Nós somos mais do que isso (esquece, esquece) Tudo posso naquele que me fortalece