Sempre que largo a campo a fora no meu baio Já de soslaio sinto o cheiro de vaneira Uma gana galponeira em meu peito se alvorota De gastar sola de nestas noites de fronteira Sentei lhe um berro e dei de mão na gaita velha Bateu a ideia num farrancho no polveiro Sentir o cheiro de lampião a querosene Bater de tecla a uma violão veio campeiro Eu fui criado no meio do lusco fusco Eu não me assusto pro brilho de carneadeira Não sou de briga mas não fujo do assunto Prefiro o aprumo dos braços da fandangueira La pelas tantas o sapucai chama na sala Numa chamarra patacuera e redomana Prefiro a dona dançadeira e perfumada Mostro praindiada que não entendo só de doma Sempre que escuto um chacoalho de vaneira Dessas faceiras que me arrastam para um surungo Nada melhor do que essas noites da fronteira Pra quem trabalha o dia inteiro com matungo