Nos rodeios do meu pago Em dias de marcação Era eu e o meu cavalo Garboso, alto do chão Este pingo era um relampo Parceiro pra qualquer lida Bufando e mascando o freio Nem que perigasse a vida Foi num surungo de rancho Num cafundó do meu pago Uma prenda flor e flor Olhar manso e mãos de afago Me vi nos braços da China Numa vanera macia Seu olhar engoliu os meu olhos Que nem vi clarear o dia Me vi nos braços da China Numa vanera macia Seu olhar engoliu os meus olhos Que nem vi clarear o dia Foi tamanho este cambicho Que antes de findar o embalo Rumbeei pro rancho com a prenda Na anca do meu cavalo Por roubar, fui condenado A uma cadeia de abraços Larguei rodeios e farras Quase nada agora eu faço Coitado do meu cavalo Meu baio de estimação Que perdeu seu companheiro Das farras pelo rincão Às vezes, em campo a fora Sai em louca disparada Ventas abertas ao vento Até o fundo da invernada Às vezes, em campo a fora Sai em louca disparada Ventas abertas ao vento Até o fundo da invernada Eu então fico sismando Olhando este bicho-gente Junto aos varais da mangueira Sinto uma dor diferente Vem a noite e o meu cavalo Relincha lá no galpão E passa olhando o silêncio Com raiva no coração