Claro é o dia Que não adia Turva é a mente Daquele que mente Reluzente não é o ouro e nem a navalha É deveras o couro daquele que trabalha Abstrata não é a tela É a promessa que reza a vela Liso não é o piso É o político e seu sorriso Não sou eu que fico à toa É o ladrão que curte e zoa Me chama de louco quem não aceitar Que eu saiba das coisas sem ter que comprar Cega não é a lei É o juiz que se acha rei Pobre não é o povo É o faminto que atirou o ovo Na testa do homem de terno Que come caviar sorrindo pro inferno.