Um dia eu fui almoçar Na casa dum irmão meu E nem estava sabendo Que a sogra dele morreu Na hora que lá cheguei A ele cumprimentei Ele me cumprimentou, Abriu a porta, eu entrei Numa cadeira sentei Depois que ele mandou. Enquanto a esposa dele O almoço preparava Sentado frente a frente Com ele eu conversava A esposa dele trouxe Um lanchinho de pão com doce Com uma xícara de café A a gente ia conversando E o tempo se passando Que a gente nem dava fé Quando bateu onze horas A esposa dela botou O almoço e pra almoçar A nós dois logo chamou Ligeiro igual uma bala Ele me levou pra sala Onde estava a comida Eu comecei a comer Sentindo muito prazer Porque tava bem cozida. Terminada a refeição Veio logo a sobremesa Doce de leite bem feito E eu achei uma beleza Depois que eu comi o doce A esposa dele trouxe Um copo com água fria Depois que a água eu bebi A ela agradeci Muito obrigado, maria!" Nisso eu fui pedi a ele Para usar o banheiro Ele foi me disse assim: "Pode usar, companheiro!" Para o banheiro parti E lá na cozinha vi Numa mesa um caixão Quando o caixão avistei A ele eu perguntei, O que é aquilo meu irmão? Ele foi me respondeu: Com um jeito de sacana "É minha sogra que morreu Tá fazendo uma semana E assim que ela morreu Eu peguei o corpo seu E bem ligeiro salguei E depois dele salgado Enrolei bem enrolado E nesse caixão botei!" Aí eu vendo o caixão Grande que só uma serra Fui e perguntei a ele E por que tu não enterra? Ele foi se levantou E dessa forma falou Sem gaguejo e sem boato: "Pra ser sincero a você Eu só não enterrei por que Quem enterra merda é gato!'