Quando eu vejo um vaqueiro Envelhecer sem um tostão E o patrão não lhe dá Morada e nem proteção Sinto muito em não poder Mudar a situação Quando eu vejo crianças Abandonadas nas ruas Dormindo pelas calçadas Pedindo e andando nuas Sinto muito mas não posso Melhorar as vidas suas Quando vejo uma menor Engravidar sem casar Depois dá luz a um filho Sem ter um pai pra criar Sinto muito mas não tenho Como a ela ajudar Quando um jovem se torna De drogas um viciado E vai roubar pra manter Esse vício desgraçado Sinto muito mas não posso Ajudar ao coitado Quando vejo um marido Maltratar a esposa bela E depois abandona-lá Sem deixar nada pra ela Sinto muito mas não posso Fazer nada em prol dela Quando vejo uma mulher Se tornar prostituída Vendendo nos cabarés A sua carne despida Sinto muito em não poder Tirar ela desta vida Quando vejo um agricultor Plantar com todo prazer Depois por falta de chuva Sua plantação perder Sinto muito mas eu Não posso nada fazer Quando vejo um velhinho Lutar pra se aposentar E aí a previdência O seu direito negar Sinto muito mas não posso Seu caso solucionar Quando vejo um político Prometendo mundo e fundo Depois tratar o eleitor Como trata um vagabundo Sinto muito mas não posso Acabar esse ato imundo Quando dois machos se casam Uma ação tão medonha Vão dormir na mesma cama Dividindo a mesma fronha Sinto muito mas não posso Fazê-los criar vergonha