Eu duvido, duvido e duvido Sem mulher algum homem viver bem Sem mulher pra amar e querer bem Eu me sinto igual a um detido Passo o dia inteiro entristecido E a noite não durmo no colchão Sem amor o meu pobre coração Todo dia padece um desmaio Sem um rabo de saia eu não saio Da cadeia chamada solidão Sem um rabo de saia eu sou mole Igualmente a um rabo de ovelha Do amor eu não vejo a centelha E a tristeza igual cobra me engole Por não ter a mulher que me console O meu pranto encharca até o chão E é nos braços da negra solidão Que querendo ou não eu sempre caio Sem um rabo de saia eu não saio Da cadeia chamada solidão A mulher é a chave do amor Do prazer e do campainheirismo Sem mulher eu me sinto num abismo Onde sinto amargura e muita dor Não existe doutora e nem doutor Que me tire dessa situação Sem mulher eu carrego em minha mão De desgosto e de pranto um balaio Sem um rabo de saia eu não saio Da cadeia chamada solidão Sem mulher eu me sinto solitário Sem sentir um abraço feminino Cabisbaixo Igualmente um assassino Que matou e virou presidiário Não matei e nem acho necessário Fazer isso jamais com um irmão Solidão para mim é a prisão Na qual vivo e com nada me distraio Sem um rabo de saia eu não saio Da cadeia chamada solidão A cadeia que vivo é figurada Não é uma cadeia física não Mas tem nome seu nome é solidão E a chave da mesma foi quebrada E depois de quebrada foi jogada Lá nas águas do mar da ilusão E eu me lasco bebendo alcatrão Lá no bar de Tereza de Sampaio Sem um rabo de saia eu não saio Da cadeia chamada solidão Se a esposa que eu quero eu não achar Vou viver como um doido sem dormir Depressão com certeza vai surgir E vai ao sono pra sempre acabar Sem ter uma mulher pra conversar Vou sozinho deitar no meu colchão Conversando sozinho sem ação Igualzinho a um louro papagaio Sem um rabo de saia eu não saio Da cadeia chamada solidão