João Coragem e Zé preguiça Se encontram um dia Numa bonita pracinha Que numa cidade havia Aí João Coragem olhou Pra Zé preguiça e falou Com um tom de ironia Zé preguiça, eu trabalho Todo dia sem parar Da segunda ao sábado Estou sempre a trabalhar Por isso o ano inteiro Tenho no bolso dinheiro Pra o que quiser comprar Todos os dias eu saio Às seis horas da matina Pra o meu local de trabalho Uma empresa granfina No trabalho eu me solto E pra casa eu só volto Depois que o dia termina Do meu trabalho eu tenho Uma casa pra morar Tenho um carro de passeio Pra nele eu passear E você só se atrasa Não tem carro, não tem casa Nem com que se alimentar Eu saio pra trabalhar E trabalho o dia inteiro Quando é no fim do mês Eu recebo meu dinheiro Vou pra festa farrear E uísque caro tomar Uísque do estrangeiro E você seu Zé preguiça Cara de pamonha inchada Com essa preguiça imensa No teu lombo escanchada Não consegue nada ter Pra comer nem pra beber Como tu vive sem nada? Zé preguiça olhou pra ele E disse muito ligeiro É verdade eu não trabalho Tô parado o dia inteiro Mas fique sabendo, amigo Que sem trabalho eu consigo Algo melhor que dinheiro João Coragem disse: Oxente Há, essa eu quero saber O que é que tu consegue Tão bom sem nada fazer Me diz, cabeça de jegue O que é que tu consegue Sem nenhum trabalho ter? Fala logo sem rodeio Seu cara de espantalho! Zé preguiça disse, oxente Lhe digo sem atrapalho O que eu consigo, mané É pegar tua muié Quando tu tá no trabalho