Certa feita eu estava Na casa do meu avô Fui passar um dia lá Porque ele me chamou E eu fui com alegria Passar um bonito dia Com vovô e com vovó E eu fiquei na companhia Da minha vovó Maria E do meu avô Jacó Eu cheguei na casa deles Sete horas da manhã Vovó me deu pra comer Uma gostosa maçã Recebi com alegria Enquanto ela dizia Sem nada de alvoroço: - "Coma essa, meu netinho Que daqui mais um pouquinho Vovó bota seu almoço!" Eu notei que minha vó Estava muito contente Muito alegre, satisfeita E bastante sorridente Já o meu avô prezado Estava meio calado Sem sorrir nem um pouquinho Não sentia alegria Nem mesmo na companhia De mim que sou seu netinho Daí a pouco eu vi Quando minha vó olhou Bem na cara de vovô E pra ele assim falou: - "Ou meu velhinho amado Meu velhinho tá lembrado Que hoje é um dia especial Por fazermos nesse tento Sessenta anos completo De união conjugal?" O meu avô disse: - "Não!" A vovó disse: - "Pois é Hoje faz sessenta anos Que a gente casou, José Na igreja da matriz Com o padre Zé Luís Que fez nossa cerimonia Naquele tempo legal Que havia no pessoal Moral, capricho e vergonha E aí meu velho amado Para nós comemorar Esse nosso casamento Que tal uma galinha matar Para tu comer mais eu?" O meu avô respondeu Empinando o nariz: - "Não vá matar a bichinha Que culpa tem a galinha Da besteira que eu fiz?"