Certo dia um mendigo Magro alto e careca Chego batendo na porta Da minha prima Rebeca Assim que ele chegou Bateu na porta e gritou Me dê uma esmolinha Rebeca disse: Tem não Disse ele: Me dê então Um punhado de farinha Rebeca disse: Amigo Desculpe a franqueza minha Mas aqui eu não tô tendo Nem um tico de farinha O mendigo disse assim Menina me dê pra mim Pelo menos um pão murcho Rebeca disse: Meu irmão Aqui eu não tenho pão Nem pra botar no meu bucho Disse o mendigo: Minha filha Tô com uma fome tirana Me dê pra eu comer agora Uma uva ou uma banana Rebeca disse: Amigo Eu francamente lhe digo Sem ódio e sem rancor Está fazendo uma semana Que de uva e de banana Eu não vejo nem a cor Disse o mendigo: Garota Não lanchei até agora Me dê só um cafezinho Pra eu beber e ir embora Rebeca disse zangada De café não tenho nada Desculpe amigo meu Lhe digo sem acanhes Aqui está fazendo um mês Que a chaleira ferveu Disse o mendigo: Me dê Punhadinho de feijão Ou de arroz pra eu matar Essa fome ruim do cão Rebeca disse: Não tem Nem o feijão nem também Tem o arroz camarada Está fazendo um tempão Que as panelas em meu fogão Permanece emborcada E por fim Rebeca disse Por favor, não peça mais Por que eu não tenho nada Nada, nada meu rapaz Quando ela isso falou O mendigo escutou E pra ela respondeu Então pegue uma sacola E vamos pedir esmola Tu está pior do que eu