Leopoldo Marcelino Tinha uma Plantação Somente de pés de mangas Na Fazenda Lageirão E na terra que morava Outra coisa não plantava Porque vivia através Do que das mangueiras vinha Pois só de maga ele tinha Quarenta e oito mil pés Quando chegava a safra Da manga no fim do ano Dava manga ali com força Era pra lascar o cano Mas Leopoldo dizia Que não dava e nem vendia Uma só manga a ninguém Ele preferia ver Toda a manga apodrecer A dar uma pra alguém E ele também dizia Que se pegasse um ladrão Roubando as mangas dele Cortava ele de facão Leopoldo era morféia Só pra se ter uma ideia Da grande ruindade dele A mãe dele se acabou E uma manga nunca chupou Porque temia a ele Leopoldo Marcelino Tinha um amigo querido Que se chamava Ramalho E era muito conhecido Ramalho tinha um filho Por nome de João Castilho Com doze anos somente E Leopoldo confiava Em Ramalho que ajudava A ele diariamente. Em Ramalho e no filho Leopoldo confiava Mas um dia aconteceu O que ele não esperava Quando foi ao mangueiral Ao lado de Juvenal Outro amigo competente Viu um menino trepado Num galho de manga sentado Chupando manga contente Leopoldo olhou direito Para poder conhecer O menino que roubava Suas mangas sem temer Dos olhos perdeu o brilho Quando notou que era o filho De Ramalho amigo seu Aí disse ao companheiro: "Olhe aquele desordeiro É filho dum amigo meu E ele estar roubando Minhas mangas, meu amigo Nunca pensei que esse peste fizesse isso comigo Só não corto esse ladrão Agora com meu facão Porque o seu pai Ramalho É um grande amigo meu Que sempre, sempre me deu Produção no meu trabalho! Aí gritou pro menino Dizendo assim: "Seu safado Quem deu ordem pra você Chupar manga ai danado? Ver se daí você sai, E eu vou dizer a seu pai Que é meu amigo ramalho!" O menino sem demora Disse a ele: - Diga agora, Olhe ele no outro galho.