Toda vez que eu viajava Pra Fazenda Aquarela Um garotinho corria E abria a cancela Para eu passar tangendo A minha boiada bela E depois que eu passava Com a boiada todinha O garoto sorridente Fechava a cancelinha Depois dizia poeta Me dê uma moedinha Eu jogava uma moeda E ele ficava pulando Dizendo assim boiadeiro Deus vá lhe acompanhando E eu ia sertão a fora Cantando e aboiando Certo dia quando eu Da cancela aproximei Olhei para todo lado O garoto não avistei Vi a mãe dele chorando E o porquê eu perguntei Ela foi me respondeu Com a face em pranto banhada Meu garotinho Pois uma vaca malvada Ontem a tarde matou Meu filho com uma chifrada Quando ela disse isso Eu dali saí chorando Chorando ela ficou Muito pranto derramando E eu até hoje estou No garotinho pensando Com a morte do garoto Eu perdi a minha paz Deixei de lutar com gado Vendi os meus animais E por aquela cancela Eu morro e não passo mais