Encontrei com um caçador Que era amigo meu E ele foi me contar O que lhe aconteceu Ele me disse: "josé Na serra do catolé Eu fui caçar certo dia Na caça nada matei E nesse dia passei Uma grande agonia. Quando eu entrei na serra Pode acreditar, irmão Deparei-me com uma onça Valente que só o cão Quando ela olhou pra eu Abriu a boca e correu Atrás de mim pra me rasgar E eu empurrei o pé Correndo com muita fé Que Deus ia me salvar E eu corria bastante Sentindo as pernas cansando E a onça pega não pega Nas minhas costas fungando A onça escorregava E no chão se esborrachava E eu ganhava caminho Correndo feito um louco Porém a onça com pouco Já estava de mim pertinho Correndo eu dizia assim Ou meu Deus, vou morrer novo Por felicidade a onça Escorregava de novo Aí eu ganhava terreno Mas a onça era veneno Corria igual ela só Quando pra trás eu olhava A infeliz já estava Colada em meu mocotó. Com mais alguns minutinhos A onça escorregava Aí mais caminho eu Nessa carreira ganhava Era a onça escorregando E eu correndo e gritando Ou meu Deus acuda eu! Aí ela escorregou E não mais se levantou Porque da queda morreu" Quando ele terminou De contar essa história Eu falei assim pra ele Você teve uma vitória Mas pode crer meu amigo Se isso fosse comigo Em casa eu tinha chegado Com as calças meladinha Porque sem dúvida eu tinha Ficado todo cagado. Quando eu falei assim Ele foi olhou pra mim E começou a me dizer Sem nada de cara sonsa: " E tua acha que a onça Vinha escorregando em que?"