Num mar de rosas risonho Tive mil e um amores Quando despertei do sonho Me vi sem paixões nem flores Minha emoção foi somada Minha dor multiplicada Minha razão dividida Na clínica da ilusão O câncer da solidão Desenganou minha vida Quem me partiu fez partida Sem deixar nem endereço Pediu pra ser esquecida E não sei por que não lhe esqueço Na certa ela me esqueceu Que nunca mais me escreveu E nem se quer telefonou Mas inda que outra me afague Não tem borracha que apague As marcas que ela deixou Quem no meu ombro chorou Hoje noutro acha conforto Não quer nem saber se estou Bem ou mal, vivo nem morto E quando pensa inclusive Que entre as várias que tive Foi ela a única que eu quis Enche a mente de malícia E vibra ao saber da notícia Que eu nunca mais fui feliz Constou nas juras que fiz Fez parte dos meus projetos Injustamente ela diz Que eu sovina de afeto Na mais cruciante fase De tanto pensar eu quase Sofri um enfarto agudo Além da paz que perdi Eu fui a vítima e saí Como culpado de tudo A protegi como escudo Pra satisfazer seu ego Sem sua voz, fiquei mudo Sem seus olhos, fiquei cego E ao ficar sem seus encantos Eu corri os quatro cantos Do mundo atrás de outra flor Que em mim tivesse interesse E pelo menos parecesse Um pouco com meu amor Eu tento me recompor Dos danos que a dor me causa Mas de vez enquanto a dor Fica doendo sem pausa Ela exige que eu me intrigue Não olhe e nem chegue perto Mas eu estou conformado Que o que começou errado Não poderia dar certo Eu exigi jogo aberto No relacionamento Mas não tem quem seja esperto No jogo do fingimento Eu supliquei de mãos postas Que ela não me desse às costas Pra longe de mim não fosse E o vírus da falsa jura Contaminou de amargura Aquela boca tão doce