Seu Ambrósio Agostinho Todas as noites saía Chegava a meia-noite E quando a velha dizia Ambrósio tu foste aonde Vai molesta me responde Ele a ela respondia Eu fui consumir o velho Que o velho me faz bem Coisa melhor que o velho Pra mim no mundo não tem Minha velha eu vou dizer Eu só gosto de você Do velho e de mais ninguém E era a semana inteira Que seu Ambrósio saía Chegava de madrugada E às vezes no outro dia E quando a velha perguntava Onde é que ele estava Ele sempre assim dizia Eu estava com os amigos Consumindo o velho, amor Quando eu consumo o velho Eu fico com mais vigor E melhora minha vida O velho pra mim, querida Tem um especial sabor Dizia isso e saía Sem enfeite e sem esmero E ainda dizendo a velha Sem o véi me desespero Depois chegava sem fome A velha dizia: Come Ele dizia: Eu não quero Aí avelha passou ter Uma desconfiança total E dizia assim: Meu Deus Oh, meu pai celestial Pelo que Ambrósio diz Eu acho que o infeliz Só pode ser canibal Ele sai dizendo que Vai um velho consumir Eu vou é dar parte dele Ao delegado Valdir Se eu não denunciar Ele vai é me matar Me mastigar e me engolir Aí Dona Chica foi Direto a delegacia E para o delegado Por essa forma dizia Delegado, meu marido É canibal, é bandido Consome um velho por dia Toda noite ele sai E sai dizendo, doutor Que vai consumir um velho E isso é um horror Antes que ele me devore Prenda ele não demore Faça isso, por favor O delegado mandou Ao seu Ambrósio chamar E disse assim: Sua velha Veio aqui denunciar Que o senhor vive saindo E um velho consumindo Toda noite sem parar Isso é verdade ou não Me responda sem boato Se for você vai ser preso Por crime de assassinato E também canibalismo Me responda sem cinismo E não se faça de chato Seu Ambrósio respondeu Pra o doutor sem achar graça Eu consumo o velho sim E até a fome passa Consumo o mês inteiro Mas é o velho barreiro Que é a melhor cachaça