O matuto Mané Mole Casou com Rita Valente Por ser valentona e forte Rita dava diariamente Uma surra em Mané E ela batia até Deixá-lo de couro quente Mané Mole revoltado Saía de casa um pouco Se embriagava na rua E chegava feito um louco Com o próprio cinturão dele Rita dava uma surra nele Dava até tirar o choco Por Rita bater demais Em Mané Mole coitado Ele já vivia roxo Com o couro todo inchado Do pé até a cabeça Por incrível que pareça Ele ficou viciado Ficou viciado em peia Acostumou apanhar Só fazia as coisas em casa Depois duma surra levar Sem levar uma surra boa Mané ficava atoa Sem fazer nada no lar Rita dizia Mané Vá lavar aquele banheiro E depois varrer a casa A calçada e o terreiro Com a preguiça do cão Ele dizia vou não Nem para ganhar dinheiro Ela pegava um chicote Naquele mesmo momento Baixava no lombo dele Como quem dava em jumento Com toda a força do braço Que chega o espinhasso Dele ficava cinzento Com o espinhasso se ardendo Ele lavava o banheiro Varria a casa toda A calçada e o terreiro E Rita dizendo assim Ou obedece a mim Ou se lasca bem ligeiro Mané com raiva tentava Greve de fome fazer Rita botava o almoço Ele não ia comer Aí Rita sem demora Dizia eu faço agora A comida ele querer Pegava uma chibata De couro bem ensebada Descia no lombo dele Com uma força tão danada Chega a chibata zoava E ao mesmo tempo ficava De sangue toda melada Com isso o Mané Mole Comia o comer todinho Calado sem dizer nada Sem deixar nem um pouquinho Ligeiro feito um gato Ele deixava o prato De comida bem limpinho Mané não tinha mais sono Quando a noite chagava Rita pegava um chicote Uma surra boa lhe dava Aí Mané adormecia Dormia até o outro dia Que chega, chega roncava Mas depois que acordava Não queria levantar Rita Valente dizia Por essa forma a gritar Levanta cabra safado Ele ficava deitado Fingindo não escutar Rita dizia você Vai se levantar agora Aí pegava uma corda E molhava sem demora E dava em Mané tanto Que Mané gritando aos pranto Pulava da cama fora E assim Rita Valente Com Mané Mole viveu Todo dia era uma surra De corda vara ou pneu E nesse louco rojão Foi duma surra então Que Mané Mole morreu