Dois paraibanos foram Trabalhar lá em Brasília Deixando a sua terra Seu povo e sua família Chegaram muito feliz Na capital do país E já foram trabalhar Num emprego que encontraram No qual eles dois ficaram Trabalhando sem parar Certa manhã de domingo Eles foram passear Pelas ruas de Brasília Só para desopilar Ou seja, desparecer E um alívio ter Do trabalho que ao cristão Causa estresse e cansaço E mesmo ninguém é de aço Pra não ter recreação Depois que muito andaram Contemplando rua e praça Pararam em um barzinho Pra tomar uma cachaça Ao chegarem no barzinho Pediram logo um quartinho De cachaça com limão Começaram a beber Sentindo muito prazer Bem dentro do coração Quando beberam a cana Pagaram e foram embora E observavam tudo Andando de rua a fora Antes de em casa chegar Puderam observar De longe um homem apanhando Pelo uns cinco ou sês soldados Desses bem mal encarados Que estavam no homem dando Quando chegaram mais perto Viram que aquele sujeito Em quem os policiais Batiam de todo jeito Era um colega deles Que trabalhava com eles Chamado Zé de Chiquinha E os soldados batiam No coitado e diziam Pra que foi cheirar farinha? Aí os dois paraibanos Ficaram em pé olhando Enquanto os policiais íam Seu colega açoitando Só porque o pobre tinha Cheirado uma farinha Numa venda que passou Aí um dos paraibanos Já fazendo os seus planos Para o outro assim falou Amigo, vamos embora Para o nosso estado Não quero ficar aqui Nesse lugar desgraçado! Aí o outro na hora Disse assim: Nós vamos embora? Deixe de tão mole ser! Saiba que se nós voltar Lá para o nosso lugar Vamos o emprego perder! O mole aí respondeu Por essa forma dizendo Ora sebo, meu amigo Se eles estão batendo No pobre de Zé de Chiquinha Só porque cheirou farinha O que vão fazer com a gente Aquele lote de home Quando souber que nós come Farinha diariamente?