Acontece cada coisa Nesse mundo de meu Deus E eu gosto de narrar Tudo nos poemas meus Tudo que alguém me prova Eu transformo logo em trova Porque sou um trovador E em tudo que eu narrar Sempre gosto de botar um pouquinho de humor. Nesse poema eu conto O que eu vi outro dia Numa cidade aqui perto Dentro da delegacia Enquanto ali eu estava O delegado interrogava O pobre de um mendigo Que andava perambulando Pelas ruas mendigando Junto com outro amigo Eu vi quando o delegado Para o mendigo falou: "Aqui veio uma senhora E uma queixa prestou E pelo que ela disse Você fez uma burrice Das maiores da cidade E eu mandei lhe chamar Pra você aqui falar Mas só falar a verdade. Ela disse que você Chegou lá na casa dela Bateu na porta e depois Pediu uma esmola a ela E depois que ela deu Você nem agradeceu Em vez disso atirou Uma pedra na janela Da bonita casa dela E a vidraça quebrou. Diga agora mendigo Porque você atirou Uma pedra na janela Da casa dela e quebrou? Dá pra você explicar Como é que alguém te dar Uma esmolinha boa E tu faz é atirar Uma pedra e quebrar A janela da pessoa? A queixa dela procede? Qual é a sua versão? Se for verdade você Vai agora pra prisão, Se quiser almoço e ceia Vai mendigar na cadeia O mais terrível setor Pra deixar de ser maldoso Fazendo um ato doloso Com quem lhe faz um favor." O coitado do mendigo Sem as lagrimas segurar Respondeu pro delegado Por essa forma a chorar: "Delegado, por favor Tenha dó da minha dor E não mande prender eu Eu atirei mesmo patrão Mas não foi uma pedra não Foi o pão que ela me deu!"